Dieta das proteínas: prós e contras

Dieta das proteínas: prós e contras

A dieta das proteínas está na moda nos últimos tempos e muitas são as pessoas que já a experimentaram. Trata-se de um regime alimentar que, ao contrário dos métodos de emagrecimento tradicionais, que privilegiam a redução de calorias mantendo os hidratos de carbono  (ou glícidos) como a principal fonte de energia, privilegia, sim, o consumo de fontes alimentares de proteína, com uma educação drástica da ingestão de hidratos de carbono. Por esta razão, a dieta das proteínas é também referida pelos nomes de dieta proteica, hiperproteica ou proteinada.

 

De uma forma geral, a dieta das proteínas consiste na eliminação de fontes de dietéticas de hidratos como os cereais e todos os seus derivados (pão, massas, bolachas e outras fontes de açúcar), da maioria das frutas e, mesmo, de alguns legumes. As refeições diárias serão, pois, baseadas em fontes proteicas, sem limitar necessariamente a gordura dos alimentos, como por exemplo, carne, peixe, ovos, queijos, oleaginosas, e algumas fontes de proteína de origem vegetal pobres em hidratos de carbono, como o tofu, por exemplo. Poderão, ainda, ser consumidos legumes, ainda que a lista seja restrita àqueles menos calóricos.

 

Fisiologicamente, o corpo humano utiliza preferencialmente hidratos de carbono como fonte de energia, antes da utilização das reservas corporais de energia, que incluem a massa magra (músculo) e a massa gorda. Uma vez que as reservas de hidratos de carbono no corpo humano são pequenas, limitando-se a algumas gramas armazenadas nos músculos e no fígado sob a forma de glicogénio, quando se reduz drasticamente a ingestão de hidratos de carbono, o organismo inicia o consumo das ditas reservas de glicogénio, que escasseiam ao fim de de aproximadamente 48-72 horas. Após a utilização do glicogénio, o corpo inicia o consumo de reservas de gordura, com efeito adicional na preservação da massa muscular em virtude do consumo de proteica da dieta. A utilização de gordura como fonte de energia (o fígado converte a gordura em ácidos gordos e corpos cetónicos), de forma quase exclusiva, chama-se cetose, pelo que se diz que o organismo entra em cetose.

 

Prós da dieta das proteínas

  • Perda de peso rápida: a perda de massa gorda a um ritmo rápido, traduz-se numa dieta altamente motivante, com resultados não só no peso perdido, como na redução da massa gorda corporal;
  • Perda expressiva de volume: a perda de peso à custa de massa gorda traduz-se numa acentuada perda de volume, sobretudo nas zonas mais críticas, como ancas e abdómen;
  • Inibição do apetite: uma das grandes vantagens desta dieta é a inibição do apetite; assim que o corpo inicia o processo de cetose, ocorre uma natural redução do apetite, em virtude do não consumo de fontes de açúcar (hidratos de carbono) que resulta na estabilização dos níveis de açúcar sanguíneos (glicémia);
  • Preservação da massa muscular: por comparação com as abordagens tradicionais, em que a manutenção da massa muscular só ocorre com a pratica concomitante de uma actividade física regular, na dieta das proteínas, mesmo sem exercício físico regular, a preservação do músculo é superior, prevenindo a sensação de flacidez resultante de perdas de peso elevadas;
  • Re-educação alimentar: apesar da dieta ser muito diferente da alimentação tradicional e dita saudável, este período de restrição parece, nalguns casos, ajudar à desabituação dos maus hábitos, nomeadamente o consumo excessivo de fontes de açúcar, mesmo quando a pessoa começa a introduzir alimentos tradicionais com hidratos de carbono.

 

Contras da dieta das proteínas

  • Fome nos primeiros dias: nas primeiras 48 a 72 horas, em que o corpo utiliza as reservas de glicogénio, e antes de iniciar a cetose, ocorrem frequentemente a sensação de fraqueza, cansaço e fome, derivado da ligeira hipoglicémia (baixa de açúcar no sangue);
  • Exercício físico: a redução acentuada do consumo de hidratos de carbono limita grandemente a prática de exercício físico intenso, sendo, por norma, tolerada a prática de atividades mais leves, como a caminhada;
  • Obstipação: o limitação do consumo de fruta e alguns legumes resulta frequentemente no efeito secundário de obstipação ou prisão de ventre, em consequência do baixo aporte de fibra dietética. Contudo, basta que garanta o consumo abundante de legumes permitidos ao almoço e ao jantar para ter, à partida, a fibra suficiente para a normalização intestinal;
  • Vida social: trata-se de uma dieta muito antissocial, pelo facto de limitar o consumo de muitos alimentos tradicionais do dia-a-dia, pelo sair para comer na casa de uns amigos pode ser uma tarefa difícil, dadas as limitações. Por outro lado, qualquer exceção alimentar à dieta das proteínas, por mínima que seja, interrompe o processo por até 2 dias,  pelo que não se recomenda, nesta dieta, a exceção conhecida como o “dia da asneira”.

 

De salientar que a prática da dieta das proteínas requer, pelas suas restrições e especificidades, acompanhamento ou orientação por um profissional de saúde credenciado que deverá avaliar a adequação da dieta e o período pelo qual deve ser levada a cabo.

 

 

 

 

 

 

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